O mundo do Funk fica mais triste hoje Oruam vem a público se manifestar

Prisão de MC Poze do Rodo: Entre a Covardia Alegada e a Gravidade das Acusações
A recente prisão de MC Poze do Rodo, um dos nomes mais explosivos do funk carioca, movimentou o noticiário e reacendeu discussões cruciais sobre os limites da arte, a criminalização periférica e a influência de facções em territórios dominados pelo tráfico. O artista, detido na noite de quinta-feira (28), virou o centro de um embate jurídico, social e cultural que vai muito além das grades.
Oruam se posiciona: “Maior covardia que já vi”
Na manhã seguinte à prisão, o cantor Oruam, amigo pessoal de Poze, foi às redes sociais e explodiu em revolta. Com um vídeo comovente e palavras cortantes, Oruam denunciou o que chamou de “humilhação pública” promovida pelo Estado. Em seu relato, ele expressa indignação com a abordagem policial e reforça a inocência do colega:
“Todo mundo sabe que isso aí é mentira. Ele canta em baile de favela, não é bandido. Eles gostam é de envergonhar a gente.”
A manifestação ganhou força entre fãs e artistas, impulsionando uma onda de solidariedade. Em um print compartilhado por Oruam, a mãe de Poze, Márcia Gama, expressa seu desespero: “Meu filho, estou muito triste. Evita esses caras. Eles querem ferrar com você.”
Investigação revela suposta ligação com o Comando Vermelho
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), afirma que a prisão foi fundamentada em provas que apontam para uma suposta ligação do artista com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Segundo a investigação, Poze seria uma peça estratégica na engrenagem da facção.
De acordo com o relatório, ele se apresenta exclusivamente em áreas controladas pelo CV, onde o ambiente é marcado pela presença de traficantes armados. Ainda segundo a polícia, suas letras fariam apologia ao tráfico, ao armamento ilegal e à rivalidade entre facções.
Um dos shows investigados teria ocorrido na Cidade de Deus, um dos redutos históricos do tráfico, e teria contado com a presença ostensiva de criminosos armados.
Entre a criminalização e a cultura: até onde vai a responsabilidade do artista?
A prisão reacendeu o debate sobre o papel do artista na periferia: até que ponto um cantor pode ser responsabilizado por se apresentar em comunidades controladas pelo crime? A cultura do funk, muitas vezes nascida nesses mesmos territórios, enfrenta o dilema de estar inserida em realidades onde o Estado falha — e onde o tráfico impõe suas regras.
Especialistas em segurança pública e sociólogos apontam para a linha tênue entre denúncia social e apologia ao crime, alertando para os perigos de generalizações e prisões midiáticas que podem alimentar ainda mais a marginalização da cultura periférica.
O futuro de Poze e a reação nas ruas
Enquanto fãs aguardam a versão oficial da defesa, o caso de MC Poze do Rodo segue ganhando repercussão nacional. A sua prisão não é apenas um caso criminal — é um retrato vívido das contradições entre arte, território e poder no Brasil.
Se culpado ou inocente, a repercussão do caso já gerou um efeito imediato: colocar no centro da pauta a urgente reflexão sobre justiça, racismo estrutural, e a criminalização da favela pela lente do entretenimento.
Filho do Marcinho VP, Oruam sai em defesa de MC Poze do Rodo após ele ser preso por envolvimento com a facção do seu pai:
“O cara é exemplo pra várias pessoas”.
— andreiarato.bsky.social (@andreiarato.bsky.social) 29 de maio de 2025 às 13:14