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Bolsonaro aposta em Trump para reverter inelegibilidade, mas ex-chanceler descarta influência americana

A expectativa de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre uma possível ajuda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para reverter sua inelegibilidade até 2030 vem ganhando força nos bastidores políticos.

No entanto, essa esperança pode não passar de um devaneio, segundo avaliação do ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

 

Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (12), Nunes afirmou que Bolsonaro, no cenário atual, “é uma carta fora do baralho em termos políticos” e que sua situação não desperta maior interesse para o governo norte-americano.

 

“Direitistas radicais existem no mundo inteiro, e Trump sabe que o ex-presidente Bolsonaro está inelegível e assim permanecerá”, declarou.

A fala de Aloysio Nunes ocorre em meio ao ressurgimento de especulações entre apoiadores de Bolsonaro, que enxergam em Trump uma última esperança para uma eventual reabilitação política do ex-presidente brasileiro.

Desde a vitória de Trump nas eleições norte-americanas no fim do ano passado, interlocutores do ex-capitão tentam propagar a ideia de que o republicano poderia intervir de alguma forma para reverter sua situação judicial no Brasil.

 

Bolsonaro, que foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, enfrenta ainda uma série de processos na Justiça brasileira.

Além disso, o ex-presidente já foi indiciado três vezes e teve o passaporte retido, o que o impediu de comparecer à posse de Trump nos Estados Unidos.

 

O peso da inelegibilidade e o sonho da reversão

A decisão do TSE contra Bolsonaro foi um duro golpe para sua base política, que esperava sua candidatura em 2026.

Desde então, aliados do ex-presidente buscam brechas legais para questionar a inelegibilidade, ao mesmo tempo em que se aproximam de lideranças internacionais, como Trump, na esperança de algum tipo de apoio diplomático ou político.

O próprio Bolsonaro reforçou essa ideia recentemente ao afirmar que Trump poderia “afastar inelegibilidades” como a sua.

A declaração foi vista como um apelo indireto ao governo americano, na tentativa de sensibilizar setores conservadores que ainda o apoiam nos Estados Unidos. 

Porém, para Aloysio Nunes, a hipótese de uma intervenção americana em favor de Bolsonaro é altamente improvável. “Não creio que isso seja uma questão relevante para os Estados Unidos.

Eles têm outras preocupações, inclusive em relação à América do Sul, que não passam por Bolsonaro. A Venezuela, por exemplo, é um tema muito mais importante para Washington”, pontuou. 

Trump ajudaria Bolsonaro?

Mesmo que Trump tivesse interesse em auxiliar Bolsonaro, o caminho para essa intervenção seria complexo e repleto de desafios diplomáticos.

Os Estados Unidos, tradicionalmente, evitam interferir diretamente em processos judiciais internos de outros países, especialmente em casos de condenações políticas.

Ademais, a própria relação entre Bolsonaro e Trump nunca foi tão sólida quanto os aliados do ex-presidente brasileiro fazem parecer.

Embora ambos compartilhem uma retórica populista e alinhamento ideológico, Trump, em diversas ocasiões, demonstrou pouca disposição para se envolver diretamente nos problemas políticos do Brasil. 

Outro ponto crítico é a situação política interna dos Estados Unidos. Trump enfrenta uma série de desafios legais e precisa consolidar sua base para a próxima eleição.

A prioridade do republicano é fortalecer seu próprio projeto político, e não se arriscar em uma questão brasileira que poderia lhe render mais desgastes do que benefícios. 

Futuro incerto

Enquanto Bolsonaro e seus aliados continuam a alimentar a esperança de uma reviravolta, a realidade política aponta para um futuro incerto.

Inelegível até 2030 e com processos em andamento, o ex-presidente enfrenta um cenário desafiador para manter sua relevância no jogo político brasileiro.

A tentativa de se escorar em Trump pode até servir como um discurso mobilizador para sua base, mas, na prática, dificilmente trará resultados concretos.

O governo dos Estados Unidos tem outras prioridades, e Bolsonaro, por enquanto, continua fora do tabuleiro político. 

Diante desse contexto, a grande questão que permanece é: sem Trump e sem candidatura, qual será o próximo movimento de Bolsonaro?

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